“Sapo cururu na beira do rio…”

Essa é uma cantiga brasileira que fala de um dos animais da biodiversidade nacional. É possível que você já tenha se deparado com um desses no seu banheiro, quintal ou mesmo na rua. Mas se você avistar um bicho parecido com esse saberá dizer se é mesmo um sapo? 

Afinal, dentro do grupo dos anuros (anfíbios sem cauda) existem animais como sapos, rãs e pererecas, mas muitas pessoas não sabem dizer a diferença, ou até dizem que a rã é a fêmea do sapo e a perereca o filhote. Mas na verdade cada um desses é um tipo diferente de animal e existem algumas características que nos ajudam a identificar cada um a olho nu. Vejamos alguns exemplos.

Tamanho

O sapo costuma ser o maior dos três em tamanho, costuma ser mais gorducho também. Já a rã e a perereca são magras e pequenas. Ainda sim as rãs costumam possuir um tamanho um pouco maior do que as pererecas e uma cintura mais grossa.

Pele

Enquanto o sapo possui uma pele enrugada, a rã e a perereca possuem pele mais lisa. Além disso, é possível identificar na superfície do sapo, em cada lateral de seu “pescoço”, uma glândula de veneno, essas são chamadas glândulas paratoides. 

Patas

As patas do sapo são pequeninas, e uma curiosidade interessante é que eles não saltam muito alto, estes animais estão mais acostumados com ambientes secos do que alguns outros anuros, usando os rios e lagos mais para reprodução. Já a rã e a perereca possuem as patas grandes e conseguem saltar mais alto. A rã ainda possui membranas entre os dedos e está muito relacionada ao ambiente aquático, são ótimas nadadoras. Já a perereca possui discos na ponta dos dedos e está relacionada a ambientes arborícolas. 

Muitas pessoas acreditam que o sapos cospem veneno no olho e por isso acabam matando-os, mas é válido ressaltar que isso é um mito. Nem sapos, nem rãs e nem pererecas soltam veneno dessa forma e matar esses animais pode ser muito prejudicial as suas populações. No entanto, muitas espécies produzem o veneno, que só será excretado caso a pessoa toque diretamente em sua pele, daí a importância de não tocar na pele desses animais e em caso de toques acidentais ou inevitáveis é importante lavar as mãos o mais rápido possível e nunca tocar olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

Agora que você já sabe todas essas informações fica o desafio para da próxima vez que encontrar um anuro, identificar se é sapo rã ou perereca! E claro, é uma missão sua e de todos lembrar quem estiver ao redor que não devemos matar esses animais simplesmente por estarem ali. 

Referências

FERRANTE, Lucas; VEIGA, Carina. A visão Etnoecológica que jovens em formação escolar têm sobre os anfíbios e a importância da educação ambiental para conservação destes animais. ETHNOSCIENTIA, 2019, 10.22276/ethnoscientia.v4i1.216

Autoria

Geovana Morais

Bolsista de Iniciação Científica do Projeto Temático Biota/FAPESP Proc. nº 2016/05843-4.

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